O acometimento pulmonar é uma das mais sérias consequências deixadas pelo COVID-19, já que o acometido primário da doença é o aparelho respiratório. O vírus, descoberto na China em dezembro de 2019, foi identificado como a fonte de uma infecção pulmonar e a doença se espalhou rapidamente para outros países.
Em março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou uma pandemia causada pelo vírus COVID-19. O número de mortes ultrapassou a marca de um milhão e a gravidade da doença deixou efeitos duradouros nas pessoas.
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Como saber se o pulmão foi comprometido?
Os exames de imagem, como raio-X e tomografia, servem para determinar a extensão da doença. As partes esbranquiçadas que são mostradas nesses exames, conhecidas como vidro fosco, indicam como a resposta do paciente ao Covid-19 pode ter afetado sua respiração.
Hoje em dia, sabemos que quando o coronavírus invade as células pulmonares, os sistemas imunes de algumas pessoas podem reagir de maneira exagerada.
Assim, produz uma quantidade aumentada de citocinas – moléculas que indicam o perigo, recrutam outras células de defesa e montam uma resposta inflamatória ao vírus.
Cada resposta inflamatória causa um acúmulo de líquidos, o que faz com que os alvéolos pulmonares, que são estruturas finas e flexíveis, se tornem mais rígidos e espessos, prejudicando a troca de gás carbônico por oxigênio e formando “vidro fosco”.
Como resultado, compromete a respiração. O paciente com Covid-19 procura ar, mas é como se não houvesse ar disponível, pois os pulmões estão inflamados a ponto que o ar não entra em quantidades suficientes para alcançar todas as áreas.
O ar não vai até onde deveria por causa de uma infecção pulmonar que o está impedindo de chegar lá.
Inspira e expira mais vezes
Com o pulmão comprometido, a pessoa passa a expirar e inspirar mais vezes por minuto, enquanto a mesma quantidade de ar não entra. Ao invés de 16 respirações por minuto, a doença impede essas entradas e saídas transportem os 500 mL de ar.
Eles passam a levar 400 e, para compensar, o paciente realiza 20 frequências. Que vai expandindo para 32 frequências por minuto, que é o padrão para o Covid-19. Houve relatos de pacientes que não sentem a mesma falta de oxigênio, apesar de terem dano pulmonar significativo.
Alguns casos têm exibido esse tipo de apresentação, de não apresentar sintomas respiratórios muito evidentes, mas o quanto essa hipoxemia [baixo nível de oxigênio no sangue] apresenta sintomas ou não, ainda está em discussão.
Em linhas gerais, os pacientes experimentaram uma falta de ar, bem como tosse, um aumento na sensação de fraqueza, febre e uma perda de olfato e paladar.
50% comprometido
Além de determinar a gravidade da doença, exames de imagem também podem indicar com que rapidez um paciente pode se recuperar. Uma área comprometida de 25% ou 30% indicam uma recuperação melhor ou mais veloz.
Se uma pessoa aumentar de 30% para 50%, o pulmão ficará mais comprometido. Uma pessoa com 50% lesão emite um alerta nos profissionais de fisioterapia da UTI, pois ele está trabalhando duro para se manter.
O paciente requer recuperação para evitar agravamento. Em alguns casos, a gravidade pode aumentar e o pulmão pode ficar mais comprometido ou pode permanecer em 50%, e também é possível que regrida para o quadro de melhora.
O período entre o 5º e o 7º dia após o início dos sintomas é um marcador importante para determinar se eles se dissiparam ou se há uma piora no estado geral dessa pessoa.
Caso chegue ao sétimo dia e tenha sensações de que não está melhorando, mas piorando nos sintomas, é importante fazer uma avaliação médica.
O que acontece em um pulmão infectado por COVID-19?
A infecção por vírus destrói as células pulmonares, particularmente as que produzem muco e substâncias que revestem os alvéolos. Todos os processos podem levar a uma exacerbação da resposta inflamatória, conhecida como “tempestade de citotoxinas” em outras palavras, quando o quadro evolui de forma anormal.
Essa destruição de células dos pulmões tem o efeito de prejudicar a função pulmonar. O que pode levar a outras consequências sindrômicas, como a incapacidade do corpo de manter o controle adequado da pressão arterial.
O vírus também possui uma forte afinidade para o trato gastrointestinal, causando sintomas como náusea, vômito e diarreia. Em situações mais graves, o COVID-19 pode agir não apenas nos pulmões, como também nos rins.
Uma grande proporção de pacientes afligidos com a doença pode sofrer de sequelas, que podem se manifestar como deterioração na função ou mesmo falha do órgão afetado. Esse acometimento ocorre principalmente aos pacientes mais gravemente doentes.
Outro fator é que o COVID-19 pode agir também nos vasos sanguíneos. Em outras palavras, o vírus pode causar vasculite, que é um processo inflamatório que afeta os vasos sanguíneos, causando danos ao corpo e os órgãos que estão responsáveis pela nutrição.
O vírus SARS-CoV-2 costuma piorar o estado de pré-coagulação do paciente. Nesta situação, o desenvolvimento de trombose, embolia pulmonar e AVC pode ser visto.
Realização de exercícios com acometimento pulmonar pós-COVID
Uma das principais preocupações sobre acometimento pulmonar são as limitações que suas consequências podem impor às vidas das pessoas. Quando a capacidade pulmonar funcional de um paciente estiver comprometida, a fisioterapia pulmonar é recomendada.
Para aqueles que têm uma infecção mais grave, é recomendado que sejam acompanhados por um educador físico após a fisioterapia. Isso é crucial para garantir a continuidade na fase de recuperação física do paciente, permitindo que ele retorne às suas atividades diárias com o mínimo de esforço.
Conclusão
O acometimento pulmonar é um problema sério e requer atenção imediata para que o estado de saúde do paciente melhore e o tratamento se torne mais eficiente, para não prejudicar a sua qualidade de vida.
Agora que você já sabe o que o COVID-19 pode fazer com os pulmões e as sequelas que deixa na pessoa, não esqueça de manter todas as medidas preventivas. E compartilhe este conteúdo com os seus amigos!